
É difícil saber ao certo onde nasceu o Carnaval. Várias histórias são contadas de povos diferentes, o que dificulta a descoberta de uma data exacta. Historiadores e pesquisadores afirmam não haver como provar quando nasceu o Carnaval, entretanto, estima-se que seu marco inicial tenha sido durante o reinado de Pisistrato na Grécia entre 605 à 527 a.C.
No Brasil, o Carnaval é uma festa de âmbito nacional, adquirindo características distintas em cada região. O início dos festejos foi o Entrudo, introduzido no Brasil pelos navegadores portugueses. O festim originário da Índia consistia em uma " guerra " de excrementos, talco e ovos jogados do alto das casas ou nas praças. Outra brincadeira dos farristas era agarrar um desafortunado qualquer, tirar suas roupas, dar um banho frio e devolvê-lo à rua. Assim eram os festejos na Bahia e no Rio de Janeiro, em Fevereiro do século XIX.
Entre 1870 e 1890 o Entrudo começa a ser lentamente substituído pelo Carnaval: bailes em clubes e desfiles nas ruas, sendo as fantasias inspiradas em modelos europeus e as próprias alegorias importadas da Itália. Surgiram os Fantoches de Euterpe, a Cruz Vermelha e Os Inocentes em Progresso. Os negros e mestiços vão sendo " afastados " da festa, tornando-se meros espectadores dos desfiles e realizando clandestinamente suas batucadas. Na década de 90, foram formados clubes “de negros”: Embaixada Africana, Congada Africana e Pândegos da África. O Carnaval prosseguia deixando aflorar o bom-humor e a espontaneidade do povo baiano, que se utilizava da festa para satirizar os políticos com máscaras e marchinhas irreverentes e brincar com a imaginação alheia se travestindo de noiva ou freira. Nos anos 30 e 40 o brilho da festa foi esmorecido pelos acontecimentos mundiais reflectidos no Brasil: guerras e ditadura.
Na Bahia, os cultos religiosos emprestam um colorido especial à festa. No Rio de Janeiro, as escolas de samba protagonizam o grande espectáculo. Em Pernambuco, um só bloco reúne 1,5 milhão de foliões. Em São Paulo, terra do trabalho, a moderna passarela do samba reúne escolas cada vez mais belas e luxuosas. O Carnaval é marcado em nosso calendário pela Igreja Católica que se baseia na data da Páscoa. No início não houve aceitação do Carnaval pelo cristianismo que encontrou uma festa com características libertinas e pecaminosas. Desde 590 d.C. a igreja adoptou oficialmente esta festa, passando, desde então, a programar seu calendário.
A quarta-feira após o Carnaval, determinada quarta-feira de Cinzas, pela igreja, dá início a Quaresma ou quarentena, onde há jejum e abstinência à carne vermelha, ovos, sexo e diversão em geral. Religiosamente o domingo de Carnaval cairá sempre no 7º domingo que antecede ao domingo de Páscoa e tudo que é liberado no Carnaval é proibido neste período.
Durante meses, as agremiações do samba, os blocos e os trios eléctricos preparam meticulosamente suas apresentações. Luxo e beleza marcam os desfiles e shows. As músicas, fantasias e alegorias trazem sempre uma importante mensagem sobre a história, os problemas actuais dos brasileiros ou mesmo uma homenagem a uma personalidade. Quem comparece a um desfile de escolas de samba inevitavelmente assiste a uma formidável aula "multimédia" e "interactiva" sobre o Brasil.
A história do Carnaval não tem fim, continua sendo escrita por cada gota de suor e cerveja derramada por um povo alegre que apesar das dificuldades faz do Carnaval uma festa bonita e inexplicável.
Nenhum comentário:
Postar um comentário